A influência dos familiares pode causar problemas psicológicos e atrapalhar a escolha da carreira dos filhos. Victor Dessunti, 17 anos, (na foto, segundo da direita para esquerda) está acostumado a muitos livros e conversas dos pais sobre processos judiciais e isso fez com que ele se encantasse desde cedo pelo mundo da advocacia e almejasse seguir carreira na área de direito.
Para o adolescente ser influenciado pela família a seguir os mesmos passos profissionais dos pais foi uma iniciativa positiva. "Sempre achei que devia fazer aquilo que gosto, mas também penso que a questão profissional está no sangue. Meu pai, por exemplo, me influenciou muito e isso foi bom para mim", afirma o estudante.
A administradora Beatriz Carraro Dutra também seguiu os trilhos do pai, mas diz que optou pela profissão por ser uma área abrangente e não só pela influência familiar que sofreu. "Eu e o meu pai somos muito parecidos em personalidade e aptidões, então naturalmente temos melhor desempenho nessa área, mas sei que independente da carreira que eu optasse, teria o apoio da minha família", assegura Beatriz.
No entanto, nem sempre o fato da criança crescer no ambiente de trabalho dos pais influencia na escolha profissional. Matheus Favini, 17 anos, por exemplo, vem de uma família de arquitetos, mas pretende cursar Ciência do Esporte. Segundo ele, mesmo sendo um curso diferente os pais o apóiam.
Para o estudante escolher que carreira seguir é uma decisão importante que precisa ser encarada com maturidade, afinal optar por algo que não gosta só para agradar a família não vale a pena. "Caso escolhesse Medicina, Arquitetura, Direito ou qualquer outra carreira que não fosse o esporte só para agradar alguém eu seria infeliz e teria que lidar com isso pelo resto da vida o que não valeria à pena", afirma Matheus Favini.
De acordo com a psicopedagoga Marcia Helena Marcucci, não são todas as famílias que lidam bem com a decisão dos filhos. Segundo ela ainda existem muitos pais que pressionam os estudantes na escolha profissional, o que pode gerar sérios problemas psicológicos. "A expectativa familiar faz com que os jovens se sintam incapazes, o que pode acarretar doenças como depressão, angústia e outros problemas tanto físicos quanto emocionais", afirma a psicopedagoga.
De acordo com ela a participação dos pais no processo de decisão é bem-vinda, mas deve ser feita com cautela. "A família deve levar em conta a particularidade dos filhos, entendendo que o sucesso profissional está ligado à satisfação pessoal", diz Márcia.
De acordo com ela a dúvida na escolha de que carreira seguir é comum entre adolescentes, afinal é uma fase de redescoberta do mundo. Por isso, o ideal é buscar conhecimento em diversas áreas, comparar salários e acompanhar a rotina de profissionais que já atuam na área. "Testes vocacionais feitos com profissionais licenciados também podem auxiliar nesse processo da descoberta de habilidades", diz a psicopedagoga. (REPORTAGEM: ISABELLA GRADE. EDIÇÃO: BRUNA MELLO)
Fonte: Jornal Contexto - Unopar
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